A confiança das empresas na Alemanha subiu em maio e até agora não há sinais de recessão económica, apesar dos estrangulamentos no fornecimento de material e da guerra na Ucrânia, segundo o instituto alemão Ifo.
O índice de confiança empresarial deste instituto de investigação económica subiu, para a Alemanha no seu conjunto, para 93 pontos em maio, contra 91,9 pontos em abril.
As empresas estão acima de tudo muito mais satisfeitas com a sua situação atual, mas as expectativas para os próximos seis meses quase não mudaram e as empresas permanecem céticas.
"A economia alemã demonstrou resistência face às preocupações com a inflação, os estrangulamentos materiais e a guerra na Ucrânia", disse o Presidente do Ifo, Clemens Fuest. "Atualmente, não há sinais observáveis de uma recessão", segundo o responsável.
No setor transformador, a confiança das empresas aumentou acentuadamente depois de terem avaliado a sua situação atual um pouco melhor e também melhorado as suas expectativas. No entanto, permanecem céticas em relação aos meses que se avizinham, tendo a procura diminuído significativamente, bem como as encomendas recebidas. A confiança das empresas também melhorou no setor dos serviços, porque as empresas de serviços estão mais satisfeitas com a sua situação atual. Já as expectativas das empresas de serviços para os próximos meses tornaram-se mais pessimistas, devido às preocupações das empresas de transporte e logística.
No comércio, a confiança empresarial voltou a aumentar depois de duas quedas consecutivas. Na construção, a confiança empresarial recuperou um pouco da quebra de abril devido à melhoria das expectativas e a uma melhor avaliação da situação atual, embora a maioria das empresas ainda esteja pessimista.
Apesar dos resultados positivos apresentados pelo Ifo, nem todos os economistas encontram razões para um otimismo desenfreado. Andreas Scheuerle, do banco Dekabank, considera que “a conjuntura atual reflete ainda os efeitos do fim das restrições impostas pela pandemia, o que, para já, se sobrepõe a problemas que surgem a outros níveis”. Acrescenta ainda que as cadeias de fornecimento, já afetadas pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, irão sofrer ainda mais nos próximos meses por causa do lockdown na China.
Também o Economista-Chefe do Commerzbank, Jörg Krämer, prevê mais riscos que oportunidades: “Os resultados positivos apresentados pelo Ifo baseiam-se, sobretudo, na melhoria da situação no setor dos serviços, que beneficiou com o levantamento das medidas que vigoraram durante a pandemia.” Para o segundo trimestre do ano, este especialista espera uma estagnação do Produto Interno Bruto do país.
Por fim, Alexandre Krüger, do banco privado Hauck Aufhäuser Lampe, resume assim a sua análise dos resultados apresentados pelo Ifo: “Não obstante a subida do índice, o ambiente nas empresas continua a não ser bom. A verdade é que a situação global também não permite mais que pessimismo”.
Fonte: Expresso / dpa